domingo, 16 de março de 2014

Poesia metalinguística do cacete a quatro.

Sobre as silepses

Quando a vida anda dura

Eu me poeto
Me poeto pra nao doer
E me abraço nas palavras
Como se fossem redes
À beira da praia

Quando tentam me roubar
Esse pequeno prazer
Trazendo sílabas repetidas
Eu me agarro nas metáforas
E me jogo nas metonímias
Ninguém precisa saber

Das minhas hipérboles cuido eu
Já disse ao coroneis 
Já disse aos cacetetes 
Já disse aos carcereiros
Deixa!
Das minhas elipses, das minhas silepses, 
Dos meus sonhos cuido eu. 

Um comentário:

Bruno Moraes disse...

Cara, muito boa, Iasmin! Um verdadeiro grito de liberdade da escritora! Tem vezes que nos sentimos assim, e nada como escrever nesses momentos.

Que bom que ainda temos dentro de nós esse grito!

:)